20.2.18

Por que Ana Gabriel liscou para Suíça e não para Venezuela?


      Ana Gabriel , uma das líderes das CUP, formação política catalã declaradamente anti-capitalista, vem de marchar a Suíça com a presumível intenção de fugir da ação da justiça espanhola. A pergunta que um se faz é,  por que Ana Gabriel não se refugiou num país com um regime político e econômico mais ajeitado ás suas declaradas preferências ideológicas? Venezuela ou Cuba não lhe valiam? Mais ainda, por que Ana Gabriel escolheu Suíça e não qualquer outro país?
      
       Só Ana Gabriel conhece os mais íntimos motivos que a levaram a tomar esta decisão. E, por suposto, nada mais lonje da minha intenção que questiona-la. Mais ainda, se Ana Gabriel considera que os seus direitos nao estão suficientemente garantidos em Espanha faz muito bem em marchar. Esta é uma das grandes vantagens da descentralização do poder. É um jeito de evitar a tirania, pois sempre podemos votar com os pés. É dizer, liscar de onde não tamos a gosto para onde nos ofertem melhores condições. 

       Porém, um  não pode evitar hipotetizar que talvez a principal razão que motivou sua eleição foi que Suíça está entre os países mais livres do mundo. Mais livres tanto no que respeita ás liberdades pessoais como no que atinge á liberdade econômica. E, como é bem sabido, a maior liberdade, maior prosperidade. Olhe o gráfico se não acreditar. Por isso Suíça é dos primeiros da fila tanto em liberdade como em prosperidade.
          

     Source: Vasquez and Porcnik.

  Por  liberdade pessoal estamo-nos a referir  a (i) império da lei que ofrece as devidas garantias processais e garante a segurança jurídica, (ii) proteção das pessoas contra a violência e (ii) liberdade de movimentos, religiosa, associação, assembleia,  expressão, informação,  identidade e relação. Porém, por  liberdade econômica referimo-nos a (i) pouco peso do governo na atividade econômica (impostos baixos, poucas empresas públicas, gasto governamental reduzido, poucos subsídios e transferências aos agentes econômicos), (ii) sistema legal independente, íntegro e imparcial que protege efetivamente a propriedade privada e garante o cumprimento dos contratos, confiança na policia, e escasso impacto das atividades criminais nos negócios, (iii) estabilidade monetária com baixa e estável inflação, (iv) liberdade de comércio internacional com baixas tarifas aduaneiras e poucas barreiras regulatórias ao comércio internacional, liberdade de movimentos de capitais e pessoas e taxas de câmbio não manipuladas pelo governo, (v) mercados de trabalho e crédito pouco regulados e (vi) poucas regulações dos negócios tais como baixos custos burocráticos, poucos requisitos administrativos, poucas necessidade de licencias, sistema tributário simples, poucas travas para começar um negócio e poucos subornos e favoritismos a e por parte da administração. Olhe o quadro seguinte onde se recolhem todas estas variáveis.



       Todos estes aspetos da liberdade são recolhidos sinteticamente num indicador chamado "Human Freedom Index" e  elaborado polo Instituto Cato dos Estados Unidos, o Instituto Fraser do Canadá e a Fundação Friedrich Naumman da Alemanha. Na rede podem encontrar o informe do 2017 elaborado por Ian Vasquez e Tanja Porcnik titulado "The Human Freedom Index 2017: a Global Measure of Personal, Civil and Economic Freedom". Veja o mapa para ter uma ideia de como está a distribuição da liberdade arredor do mundo. Os dados são para o 2015, o último ano disponhível.



     Pois bem,  resulta que Suíça encabeça o ranking do índice de liberdade humana com 8.89 pontos sobre 10. Sabe onde está Venezuela? No posto 158. E sabe quantos países há na amostra? Pois 159. Só Siria está por detrás. Se estivesse por diante no médio da cruel guerra civil que padece já seria a repanocha. É uma mágoa nao poder informar dos resultados de Cuba. Nao está incluída na amostra. Se voçê é espanhol e nestes momentos está a experimentar um subidao de orgulho patriótico, não se emocione, que o de Espanha tampouco é para tirar foguetes. Eu diria que nao joga a Champions, bate-se por jogar a Europa League. A diferença entre Espanha e Suíça ao melhor também explica por que Ana Gabriel liscou. Veja o quadro que segue para ver as pontuações de alguns países.


                                       Source: Vasquez and Porcnik.



    

15.2.18

Crimen, propiedad y productividad

    
     
     A lo largo de nuestra vida,  confrontamos la elección de asignar nuestro tiempo y esfuerzo bien a producir algo útil para los demás bien a apropiarnos de la propiedad de los otros, aunque esto último frecuentemente entrañe delinquir. La estructura institucional de una sociedad y, en particular, la efectiva protección de los derechos de propiedad es uno de los principales determinantes de los incentivos que confrontamos a la hora de emprender un tipo u otro de actividades. Decantarse por la rapiña en vez de la producción, aunque individualmente puede suponer amplias ganancias, conlleva grandes costes para la sociedad. Por un lado, supone el despilfarro de recursos tanto en cometer el delito como a protegerse del mismo y, por el otro, desincentiva el esfuerzo y la acumulación al apropiarse unos de las ganancias producto del esfuerzo y frugalidad de otros.

       En un artículo que he escrito titulado "Property Rights, Predation, and Productivity" y que pronto será publicado en The Scandinavian Journal of Economics evalúo el impacto negativo que el crimen tiene tanto en términos de consumo per cápita como de productividad en una muestra de 94 países. Además, exploro cual sería el efecto de mejoras en la protección de los derechos de propiedad sobre la productividad y el consumo per cápita de los países. Mis resultados sugieren que la pérdidas causadas por el crimen pueden ser muy grandes, así como que mejoras institucionales razonables que fortalezcan la protección de los derechos de propiedad pueden constituir efectivas políticas de desarrollo económico que aumenten considerablemente la productividad y el bienestar de los habitantes de un país. Otro día les contaré estos resultados. Antes veamos algunos hechos.

      La intensidad del crimen, la productividad y la calidad de las instituciones formales que aseguran los derechos de propiedad no solo difieren enormemente entre los países si no que además están estrechamente relacionados. Los datos de costes del crimen y de protección de derechos de propiedad para una muestra de 94 países los he tomado de la base de datos Economic Freedom of the World provista por el Instituto Fraser de Canadá. Los datos de capital y Producto Interior Bruto (PIB) por trabajador los he tomado de las Penn World Tables 8.0.
  
1.  Los costes del crimen son mayores en los países en los que los derechos de propiedad están peor protegidos

     La Figura 1 muestra una relación negativa significativa entre los costes del crimen para los negocios (mayor valor del índice significa menores costos del crimen para los negocios) y un índice de calidad de las instituciones formales que garantizan los derechos de propiedad.

Figure 1: Security of property rights and the business costs of predation 

2. Los países con mayores costes del crimen tienen un PIB por trabajador menor.     

       La Figuras 2 muestra que la relación negativa entre los costes del crimen para los negocios y el PIB por trabajador. .

Figure 2: Business costs of predation and GDP per worker  

3. Los países que mejor protegen los derechos de propiedad tienen un PIB per cápita mayor.

    La Figuras 3 muestra que la relación positiva entre un índice de calidad de las instituciones formales protegiendo los derechos de propiedad y el PIB por trabajador.

Figure 3: Security of property rights and GDP per worker 


4. Los países que mejor protegen la propiedad tienen una Productividad Total de los Factores mayor (PTF).
     
     La Figuras 4 muestra que existe una relación positiva significativa entre un índice de calidad de las instituciones formales protegiendo los derechos de propiedad y la PTF.

Figure 4: Security of property rights and TFP 


5. No existe relación significativa entre la protección de los derechos de propiedad y el ratio de capital sobre PIB. 

    La Figuras 5 muestra que no existe un relación estadística significativa entre un índice de alidad de las instituciones formales que aseguran los derechos de propiedad y el ratio de capital sobre PIB por trabajador. Por lo tanto, la evidencia empírica sugiere que si la seguridad de los derechos de propiedad influye en el PIB por trabajador, entonces su influencia es principalmente a través de la PTF.

Figure 5: Security of property rights and the ratio of capital to GDP